A Síndrome do Pôr do Sol e a interferência no comportamento dos idosos com Alzheimer
Estudos indicam que a Síndrome afeta cerca de 20 a 45% dos idosos com Alzheimer e outras demências, causando agitação, confusão mental e agressividade – ao entardecer
Nos períodos crepusculares, quando a luz do dia se apaga e a escuridão da noite vem chegando – a Síndrome do Pôr do Sol ou Síndrome do Entardecer, pode afetar os idosos com demência, incluindo aqueles com Mal de Alzheimer.
“Os sintomas podem aparecer no final da tarde até a noite, ao deitar. É quando os idosos sentem-se mais desconfortáveis gerando agitação, confusão mental e agressividade”, explica a médica geriatra da Morada La Vie, Amanda Kampa.
Estudos apontam que a Síndrome do Entardecer afeta cerca de 20 a 45% dos idosos com Alzheimer, sendo mais intensa na fase intermediária e diminuindo nas fases mais avançadas da doença. O idoso pode apresentar confusão, agitação, ansiedade, desorientação no tempo e no espaço. “Gritos, inquietação, agressividade e irritabilidade também fazem parte das manifestações. É a hora do quero ir embora”, ressalta a Dra. Amanda .
Essa mudança de comportamento, não possui causas definidas. Porém, segundo os estudos são as variações do ciclo circadiano que afetam as alterações hormonais e neurológicas que ajustam o “relógio biológico” dos seres vivos, ou seja, regulando todas as atividades do organismo. “São alterações naturais com o envelhecimento e acabam sendo muito acentuados em portadores de demências, deixando-os mais propensos a apresentar a Síndrome do Pôr do Sol”, lembra a geriatra.
Nesse momento, é necessário manter a calma, pois o idoso está agitado e pode ser agressivo com os familiares ou cuidadores. “Não discuta e busque distraí-lo com objetos, conversas, e cômodos da casa”, orienta Dra. Amanda.
Um grande aliado são os medicamentos antipsicóticos – mas a médica ressalta que as primeiras medidas a serem tomadas são as preventivas. “Devemos manter rotinas diárias bem definidas. O idoso deve ter acesso à luz do dia o máximo possível e, ao entardecer, manter os ambientes ainda iluminados, evitando sombras e penumbras”.
A especialista também orienta a oferecer alimentos e líquidos ao aproximar-se o horário em que a agitação costuma surgir. Além de manter o idoso fisicamente ativo durante o dia, evitando atividades muito exaustivas ou a hiperestimulação. “Ouvir música ambiente suave aos finais de tarde e reduzir os níveis de cafeína ingeridos ao longo do dia também podem ajudar a evitar a mudança de comportamento”.
Porém, vale lembrar que as medidas necessárias para cada caso devem ser individualizadas. “Os fatores desencadeantes dos sintomas da Síndrome do Entardecer podem variar muito. Reconhecer esses fatores é a melhor forma de fazer as alterações necessárias na rotina”, ressalta Dra. Amanda.